Stratford-upon-Avon

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Sabe essas cidades que entram no mapa dos turistas não por causa de uma atração específica, mas por causa de alguém nascido lá? Definitivamente é o caso dessa cidadezinha a noroeste de Londres!

Mas digo isso completamente no bom sentido, e bendito seja o senhor William Shakespeare que até hoje faz com que quase 5 milhões de pessoas do mundo todo descubram a adorável Stratford-upon-Avon.. Passamos um dia e uma noite lá no começo da primavera, e gostamos tanto que temos outro bate-e-volta pra lá planejado ainda esse ano.

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As principais atrações da cidade são as cinco casas onde Shakespeare ou sua família morou, mas só um passeio sem pressa pelo centrinho da cidade e pela margem do rio já vale uma ida à Stratford! O acesso à estação principal de Stratford-upon-Avon é bem fácil, com trens saindo constantemente de London Euston e Marylebone, inclusive com opções sem troca de trem… Pouco mais de duas horas e um pedacinho da Inglaterra completamente diferente para explorar!

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A região onde hoje se encontra Stratford-upon-Avon (que vem de “straet ford”, ou a estrada no vau do rio Avon) foi invadida pelos Saxões em meados do século VII, mas estima-se que a área já vinha sendo ocupada há literalmente milênios.. Só que foi a partir dessa invasão que tudo começou a prosperar, e no século XII Stratford foi oficialmente promovida de vila à cidade-mercado por conta de sua localização nas rotas de comércio do interior da Inglaterra.

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Com o estabelecimento do mercado veio o progresso, e lá pelo século XIII apesar de continuar uma cidade pequena para os padrões de hoje, Stratford já tinha uma escolinha e uma guilda para os moradores mais afluentes que prosperaram com o comércio. Começamos o dia andando pelo centro da cidade e nos perdendo pelas principais e os arredores: Henley Street, High Street, Wood Street e Bridge Street.

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As construções em estilo Tudor com vigas de madeira aparentes dominam a paisagem, e a cidade toda parece saída de um conto de fadas que parou no tempo. Exceto pelas comodidades da vida moderna, claro, e as casinhas tradicionais de chá convivem em harmonia com as franquias da Starbucks, Burger King e derivados.

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Também é na Henley Street que está o Shakespeare’s Birthplace, um museu que funciona na casa onde William nasceu e onde a loja do seu pai funcionava. Momento-nada-a-ver-com-Shakespeare: praticamente do lado do museu tem uma loja de brinquedos vintage incrível! Compramos um deck de baralho ilustrado lindo, e ainda tem muitos produtos inspirados em Harry Potter, O Senhor dos Anéis, produtos para fazer mágica e traquinagens em geral.

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E de lá fomos caminhando em direção à orla do rio Avon onde está a Royal Shakespeare Company, um complexo de teatros dedicado a encenar as obras do dramaturgo. E em todos os lugares, mais provas de que na cidade absolutamente tudo gira em torno de Shakespeare!

DSC_0335DSC_0346 Swan Theatre, parte da Royal Shakespeare Company

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O dia estava incrivelmente lindo e ensolarado, aproveitamos pra descansar na sombra das arvores e fazer um lanchinho antes de seguir rumo a Holy Trinity Church, que também fica às margens do Avon.

A igreja paroquial mais visitada da Inglaterra e com fama internacional (recebemos até panfletinho de “boas vindas” em português!), a Holy Trinity Church é conhecida por ser o local do batismo de Shakespeare e onde ele está enterrado.

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Há registros do ano 845 que citam uma igreja às margens do rio Avon, mas não sobraram vestígios dessa construção ou de suas modificações posteriores. A igreja atual data do ano 1210, e seu batizado mais ilustre aconteceu em 26 de Abril de 1564.

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A pia onde Shakespeare foi batizado

Por já ter vindo de uma família privilegiada e construído uma pequena fortuna em vida, William garantiu um lugar para si no altar da igreja, um para sua mulher Anne Hathaway e outros membros da família Thomas Nash, John Hall e Susannah Hall. Todos eles estão enterrados numa fileira na parte mais bonita da igreja, e diariamente centenas de pessoas passam por lá para visitar ou prestar alguma homenagem (dizem que inclusive tem gente que vai lá rezar pro escritor interceder pela vida deles – Oi?!).

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E graças a uma coincidência muito estranha do destino, acredita-se que Shakespeare morreu no dia de seu aniversário, em 23 de Abril de 1616.

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“Good friend, for Jesus’ sake forebear / To dig the dust enclosed here / Blessed be the man that spares these stones / And curst be he that moves my bones” – o epitáfio que alguns historiadores acreditam ter sido escrito pelo próprio William, que obviamente não gostava muito da ideia de ter seus restos mortais transportados pra algum outro lugar.

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23/06/14

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