O dia em que eu vi a torre

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* Também conhecido como “o dia em que tive certeza que Paris não vai muito com a minha cara”

E aí que num instante julho chegou e uma das temporadas mais corridas no trabalho começou de novo. Final de semana passado estive em Paris novamente, visitando a feira de lingerie/moda praia que acontece 2x por ano e botei na cabeça que dessa vez eu ia ver qualquer coisa da cidade!

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Pra quem acha que essas viagens são muito glamour, elas se resumem basicamente a acordar MUITO cedo, passar o dia andando pra cima e pra baixo no centro de convenções conversando com as marcas e assistindo apresentações, passar fome porque as filas pra comprar comida são intermináveis (e só tem sanduíche pra vender! Volto pra casa louca por comida de verdade!), e quando a feira acaba e você já está morto e cheio de bolhas nos pés, ainda tem que ~fazer a social~ e sair pra jantar/beber em qualquer lugar na esquina da feira com pessoas que nem conhece muito bem até 1 da manhã. Volta pro hotel e repete tudo no dia seguinte. Não preciso nem dizer que é a terceira vez que venho a Paris e nunca vi NADA né?

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Então domingo a noite eu obviamente estava clamando por umas horinhas de sono, naquele mau humor que só as pessoas mortas de fome entendem, e recusei o jantar pra voltar pro hotel mais cedo. Só que ainda estava claro e eu achei que a Torre Eiffel era perto. Ledo engano..

DSC_0291Eis que lá vou eu armada com meu citymapper tentando decifrar o metrô de Paris e chegar na torre, levo um século pra chegar na estação que supostamente fica pertinho e mais mil anos pra chegar na estação que julguei ser perto da torre – que, surpresa, não é nada perto e acabei perdida no meio do caminho levando cantada de homens estranhos e com medo de ser assaltada/estuprada/assassinada/abduzida (a pessoa sai do Brasil mas as neuras continuam!). A essa altura o sapato confortável já tinha feito bolhas onde nem achei ser possível, mas finalmente cheguei na torre a tempo do pôr do sol!

E por meia horinha ali, valeu a pena todo o perrengue! Dá pra ver o sorriso tenso de uma pessoa perdida e assustada depois das cantadas na rua na foto, mas fazer o quê?!

Quando estava quase escuro achei melhor voltar pro hotel, já não aguentava mais andar e estava caindo de fome (burra, muito burra, não comprei nada pra comer nos arredores da torre porque pensei que teria algo perto do hotel). É claro que a linha do metrô que vai diretamente da torre pro hotel estava fechada, e lá fui eu fazer uma conexão na casa do caralho do outro lado da cidade, pra acabar numa estação “perto” do hotel, que mais uma vez não era perto. Resultado? Thaís perdida mas ruas desertas desmaiando de fome e TUDO fechado (tá certo que já era quase 23h do domingo, mas COME ON!).

Eventualmente achei alguém pra pedir informação e cheguei no hotel, só pra descobrir que não tinha serviço de quarto ou nenhum tipo de comida, e acabei jantando os dois bolinhos que peguei no café da manhã e carreguei na bolsa o dia todo. #fail No final das contas não dormi, acabei com 8 calos nos pés e devo ter desenvolvido uma gastrite depois de tantas horas de estômago vazio, mas vi o raio da torre! Em janeiro tem mais!

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P.S. indo embora pra estação do Eurostar, fui parada no metrô e quase pago uma multa caríssima porque joguei meu bilhete validado no lixo. Só que não tem placa nenhuma dizendo que precisa guardar, o bilhete so é utilizado na entrada (logo todo mundo acha que não precisa mais e joga fora ao passar pela catraca) e nem minha chefe que já foi umas 40 vezes pra Paris a trabalho sabia que precisava guardar o bendito. Depois de muita conversa, um guarda ficou “vigiando” a chefe e outro foi comigo na lixeira onde eu tinha jogado o maldito ticket, catou lá por dentro e viu que eu estava falando a verdade. Humpf.

P.S. 2: pra completar, varios trens do Eurostar foram cancelados, todos os outros estavam com atraso de horas, filas quilométricas e confusão na estação.. Nosso trem que era pra estar em Londres por volta das 22h só chegou mais de 1 da manhã, o metrô obviamente já estava fechado e a fila pra táxis assustadoramente longa. Conclusão: Paris REALMENTE não gosta de mim ahahaha

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