Esperar nunca foi o meu forte. Sou daquelas que fica mega empolgada pra fazer as coisas, contando os segundos pra ver tudo acontecer e no dia do nosso casamento não foi diferente… Depois do nosso “first look” na varanda, o que eu mais queria era finalmente poder descer e viver o momento que planejamos por tanto tempo – o único problema é que os convidados não chegavam! ahaha

Eu sempre disse que seria uma noiva pontual e estaria no altar assim que o relógio marcasse 15:30, mas infelizmente no dia do casamento geralmente acontecem alguns imprevistos e não adianta se estressar por isso… Minha maior preocupação com o horário era para não perder o pôr-do-sol, então imaginem minha ansiedade quando percebi que já passava das quatro e muitos convidados ainda não estavam prontos ou não tinham chegado!

A essa altura eu estava no quarto sem celular (tinha pedido pra Amanda ficar com ele e fazer a cobertura no Snapchat #muitoblogueirinha), completamente sozinha e sem poder abrir as cortinas para garantir que ninguém ia me ver no primeiro andar. A suíte onde eu me arrumei fica bem de frente pra piscina, e como todos os convidados tinham que passar pela passarela sobre a piscina pra chegar no local da cerimônia, eu fiquei espiando por uma frestinha da cortina com o coração na boca enquanto todo mundo chegava.

Nunca fiquei tão ansiosa e andei tanto de um lado pro outro como naqueles minutos sozinha no quarto. O frio na barriga era surreal, e não é pra menos, eu estava a poucos minutos do momento mais importante da minha vida inteira! Por isso, se fosse fazer tudo de novo, pediria pra alguém ficar comigo – geralmente o pai fica com a noiva até a hora de entrar, mas como eu tinha combinado de encontrar painho do outro lado da piscina e todos os fotógrafos/cinegrafistas/cerimonialistas estavam trabalhando lá embaixo, o que deu pra fazer foi ficar falando sozinha pra me acalmar mesmo.

Sou apaixonada por violino, e quando a cerimônia começou lembro de ouvir as músicas que escolhemos tocando lá na praia, e de pensar em como elas ficaram ainda mais lindas tocadas ao vivo. Vi o cortejo atravessar a passarela e se posicionar pra entrar, meu coração disparou quando começaram a tocar a música da entrada dos padrinhos (Oh Happy Day), lembro de imaginar como minha mãe estaria sorrindo ao entrar com o pai de Nic enquanto os músicos tocavam You’ll Be In My Heart, o que minha prima e meu irmão estariam achando da nossa seleção musical cheia de Beatles, Disney e clássicos dos anos 80… Eles estavam mega curiosos pra saber o que ia tocar e não falamos nada, achamos que seria bem mais emocionante se as músicas também fossem surpresa pra eles e foi uma decisão certeira!

Mais ou menos na metade do cortejo eu recebi o sinal pra descer as escadas e esperar por Vanessa, nossa assessora/cerimonial, escondida ao lado da recepção. Só de descer a escadaria descobri que minha sandália ia dar muito trabalho na entrada, o tule do vestido não parava de prender nas pedras da sandália a cada passo que eu dava (e é isso que acontece quando você não prova o look completo com antecedência, minha gente!), mas apesar da situação tragicômica do tule praticamente me fazendo tropeçar, eu só queria que chegasse logo a minha vez de entrar.

Lembro que o recepcionista passou e me desejou felicidades e também que alguns convidados chegaram e me viram escondida, com o sorriso maior que o rosto, gargalhando quando tocaram a música do noivo. Como uma boa criança dos anos 80, Nic entrou ao som de Funkytown e eu estou louca pra receber o vídeo do nosso casamento e ver o momento exato em que minha sogra percebeu o que estava tocando enquanto ela levava o filho pro altar! ahaha :-)

Enquanto a marcha nupcial começou a tocar e as crianças entravam, Vanessa veio me buscar atrás da cerca viva. Parecia que tudo estava acontecendo em câmera lenta, mas ela deu aquela ajeitadinha básica no meu vestido, me lembrou o jeito certo de segurar o buquê e me olhou com uma expressão de carinho e orgulho de mãe tão grande quando disse “vá e seja muito feliz”, que eu não sei como não comecei a chorar ali mesmo. Casar é um negócio tão mágico que até fornecedores participam do sonho e se emocionam com a gente, é impressionante como a felicidade e o amor envolvem todo mundo presente!

E aí chegou a hora que eu tanto esperei: encontrar com meu pai! Como disse antes preferi atravessar a piscina sozinha, ter o momento dele me vendo chegar vestida de noiva registrado, para só então seguirmos juntos para o altar. Depois de meses doente e de uma semana que passei morrendo de medo sem saber se ele conseguiria entrar comigo, painho estava com um sorriso de orgulho tão, mas tão maravilhoso do outro lado da piscina, que eu só queria atravessar a passarela correndo e dar um abraço nele!

Assim que nos encontramos, ele já chorando, eu disse como ele estava lindo, nos abraçamos e pronto, foi ali que desatei a chorar e nunca mais parei. Na hora eu estava tão absurdamente feliz e emocionada que nem percebi, mas depois painho disse que eu estava tão nervosa que agarrei a mão dele (em vez de simplesmente enlaçar os braços) e não larguei mais, entramos assim.

Eu queria entrar com uma música que fosse muito significativa pra mim, e um belo dia enquanto ouvia Part of Your World pela 267381 vez caiu a ficha que aquela era A música. Dito e feito, quando os músicos começaram a tocar as primeiras notas do tema d’A Pequena Sereia parece que minha vida inteira passou na minha frente, como se todos os momentos, altos e baixos tivessem me guiado para aquele exato segundo. Me arrepio só de lembrar, todo mundo ficou de pé e os músicos tocaram tão perfeitamente que foi uma choradeira generalizada!

Um fato engraçado é que enquanto eu me arrumava mainha disse que eu estava linda e completou com “owwwnn minha pequena sereia vai casar” e eu quase tenho um treco na hora achando que ela de algum jeito tinha descoberto qual era a minha música! ahaha quando sua mãe te conhece tão bem que adivinha o tema da sua entrada, você sabe que escolheu a música certa! :-)

(Dá pra ver de quem eu puxei as caretas chorando de felicidade?)

Entrei sorrindo e chorando ao mesmo tempo, e aquela primeira imagem de Nic no altar é uma cena que não vou esquecer nunca. Tentei olhar pra família e amigos que não via há séculos, ver minha sogra chorando de felicidade no altar, meu irmão e minha prima paralisados num sorriso imenso, os convidados enxugando as lágrimas ao meu redor… Queria absorver cada segundinho daquela entrada (como parece tão rápido e demorado ao mesmo tempo!), mas meus olhos sempre voltavam pra Nic, que me olhava com os olhos marejados e o sorriso que eu mais amo nesse mundo.

Subimos os degraus ao som das últimas notas de Part of Your World, e esse é mais um momento precioso gravado na minha memória. Lembro nitidamente da sensação de gratidão ao dar aquele último abraço no meu pai – pensei como era engraçado que apesar de já ter saído da casa dos meus pais há anos, ainda assim era como fechar um ciclo – e mais gratidão ainda ao dar as mãos ao meu futuro.

Nós fizemos várias escolhas certas no planejamento do nosso casamento, mas aquela que foi a mais certeira de todas e fez o maior sentido do mundo foi ideia de Vanessa: ter a cerimônia escrita e celebrada pelo meu irmão. Quando estávamos procurando quem celebraria nosso casamento (fazíamos questão que fosse em inglês pois é a língua que usamos entre nós, e por incrível que pareça não tem nenhum celebrante profissional 100% fluente no nordeste inteiro), Van sugeriu que Thiago fizesse tudo e o coitado só faltou cair duro com o peso da responsabilidade.

Num primeiro momento ele achou que não daria conta, enquanto pra mim foi como se finalmente tivessem acendido a luz, de repente a ideia de ter uma pessoa aleatória nos casando não fazia sentido nenhum.

Thiago conseguiu contar nossa história de uma forma espetacular: emocionante e engraçada, cheia de significado mas de um jeito informal, mencionando as dificuldades e os sucessos, as viagens, os detalhes do cotidiano, os pratos sujos, meu vício de tirar fotos, o jeito workaholic de Nic, as piadas internas e até Harry Potter. Ele intercalou momentos tão profundos e emocionantes com outros tão ridiculamente hilários, que sim, até algumas pessoas do cerimonial, filmagem, e a pequena platéia de desconhecidos que se formou na beira da praia estavam chorando (!!) e gargalhando com a gente.

Pra deixar tudo ainda mais perfeito, um dia antes minha prima/irmã/madrinha topou enfrentar a timidez e ler o texto em português, e os dois foram intercalando a cerimônia toda. Nós três crescemos juntos, sempre fomos muito unidos e eu nunca, nunca vou conseguir agradecer o suficiente por esse presente que eles me deram. Vou até aproveitar a oportunidade pra agradecer de novo: Thiago e Lala, sem as palavras e emoção de vocês o nosso casamento não teria sido metade do que foi. Muito, muito obrigada por todo amor, apoio, e por receber Nic tão bem na nossa patotinha (eike tia velha! ahaha) <3

Pra minha surpresa, quando começou a tocar Can You Feel the Love Tonight e a afilhada de Nic entrou com nossas alianças, eu não estava mais nem um pouco nervosa. Eu sempre tive pânico de falar em público e comentei no outro post que essa era a única hora do casamento que me deixava realmente com medo, mas ler meus votos olhando pra Nic foi a coisa mais natural do mundo

Modéstia à parte, também arrasei no texto e a vibe gargalhadas-com-chororô continuou durante meus votos, e sim, achei até um jeito de fazer piada com o trabalho de Nic que eu nunca entendi e provavelmente nunca vou entender #ChandlerFeelings :-)

O primeiro beijo e o sorriso maravilhoso do meu marido (own!), antes de me fazer chorar com os votos dele!

Trocamos as alianças meio chorando e meio gargalhando, nos beijamos e pronto, agora éramos oficialmente marido e mulher! Foi tão, mas tão emocionante (e meio surreal que até desconhecidos estavam aplaudindo), nós estávamos em estado de graça. Assinamos os papéis e abraçamos nossos pais, tiramos fotos no altar com nossas famílias, daminhas, madrinhas e padrinhos, fizemos uma foto de frente pra praia, com os convidados ao fundo, e aí chegou a hora da saída – mas não sem antes espalhar umas bolhinhas de sabão e fazer uma dancinha ao som de Don’t Stop Me Now! :-)

“Don’t stop me now, I’m having such a good time!”

Depois da cerimônia, enquanto todo mundo seguia pra festa, nós fomos tirar muuuuitas fotos na praia! Eu disse que minha preocupação era perder o pôr-do-sol, mas ainda estava super claro quando a cerimônia terminou. Saímos da pousada e fomos andar na beira da praia, e o mais hilário é que todo mundo que estava sentado pelo caminho tinha assistido ao nosso casamento! A gente ia passando e as pessoas iam desejando felicidades, dizendo que tinha sido lindo, nos dando parabéns… Nunca tinha pensado na “participação do público” ao casar num espaço aberto, mas deixou nosso casamento ainda mais gostoso!

A gente não sabe posar e nem curtimos fotos de casamento muito elaboradas, então só ficamos andando, nos abraçando, repetindo 178239 vezes “OMG A GENTE CASOU!!!” e principalmente sorrindo, sorrindo tanto que não sei como Clara conseguiu salvar algumas caras normais no meio daqueles sorrisos maníacos.

Achamos uma estrela do mar e esse cachorro fofo veio nos dar um cheirinho <3

Eu sabia que depois iria me arrepender se não tirasse mais fotos, mas tudo que eu queria era começar a festa, ver minhas amigas, abraçar minha família, dançar com meu marido… E muito importante, comer! Eu estava sobrevivendo à base de uma salada que comi de meio-dia, e foi só a adrenalina da cerimônia começar a baixar pro estômago gritar OI! ahaha

Como a essa altura o céu já estava cheio de nuvens e o sol ia se escondendo de um jeito que não prometia um pôr-do-sol muito espetacular, fomos comer escondidos na varanda perto da piscina, nosso único momento a sós no dia inteiro. Vanessa tinha preparado uma mesa fofa pra gente com todos os mini pratos do coquetel volante, o chef responsável pelo buffet veio se apresentar, eu e Nic brindamos, comemos e curtimos um pouquinho a sós antes da loucura (re)começar.

E aí parece que todo o resto aconteceu em poucos minutos e eu só tenho flashes na memória: num segundo estávamos posando pra fotos na mesa do bolo, brindando com nossas famílias e cortando o bolo (foi bolo de rolo – mais pernambucano impossível!); no outro, abrimos a pista de dança ao som da versão mais fofa de ‘Til There Was You enquanto nossos amigos balançavam sparklers, e depois do que pareceram apenas alguns segundos a música já tinha acabado e todo mundo estava na pista!

Nós quisemos manter um clima bem informal no nosso casamento: não teve hora do jantar, hora de dançar, hora disso, hora daquilo – os convidados comiam quando queriam, Nic e eu estávamos sempre na pista de dança pra receber os animadinhos, e quem queria mais calma podia ir pra beira da piscina (ou pra dentro dela!), pro lounge, tomar um café na mesa de digestivos…. Acho que fluiu muito bem e todo mundo pôde fazer o que queria, formar grupinhos e se divertir como curte, o único “problema” de tanto espaço é que nas fotos parece que não tinha ninguém! ahaha

Joguei o buquê, dancei, bebi, gargalhei, e de vez em quando a gente saía da pista pra dar uma volta, tirar fotos e botar o papo em dia com todo mundo. Temos que aproveitar a chance de ter quase todas as pessoas que você mais ama no mundo reunidas num só lugar, né?! :-)

Enquanto a gente dançava, de vez em quando eu trocava um olhar com Nic e começávamos a rir imaginando a cara dos convidados quando a última surpresa da noite chegasse. Minhas amigas mais próximas sabiam que alguma coisa ia acontecer, mas ninguém além dos meus pais e meu irmão imaginava o que a gente tinha planejado pra animar a noite dos nossos convidados… Muita gente contrata escola de samba pra tocar na festa de casamento e eu até considerei, mas pra ser sincera (além de não saber sambar), já vi em tantos eventos que acho que perdeu o fator surpresa, sabe?!

Quando Vanessa me disse que um bloco de frevo também faz esse tipo de apresentação, pronto! Amo frevo, Nic também adora e a ideia de apresentar mais um pouquinho da nossa cultura pros convidados estrangeiros foi a desculpa que precisava pra gente bater o martelo. A cara de choque de todo mundo quando a música começou a tocar e nós dois entramos com sombrinhas coloridas foi impagável!

2017, o ano em que abrimos o carnaval pernambucano!

Foi uma comoção: todo mundo pegando sombrinha, dançando, pulando, praticamente gritando a música e indo ao delírio com os bonecos gigantes (!!!), tirando foto dos passistas… E chocados com nosso ritmo! ahaha gente, não sei dançar e geralmente canso fácil, mas não sei de onde tirei tanta energia pra não parar quieta um segundo… Até no frevo!

Os convidados que já estavam na pista pirando com os hits brasileiros dos anos 90 se jogaram de vez (boatos que apareceu até uma vassoura quando tocou “diga aonde você vai que eu vou varrendo” ahaha AMO!), e até os parentes super religiosos que não dançam nunca CORRERAM pra pista pulando quando o frevo começou a tocar. Teve trenzinho da alegria, crianças pirando, minhas amigas berrando matando a saudade do carnaval, e até um tio que já tinha ido dormir levantou e voltou meio de pijama pra pular ao som do frevo. Eu imaginava que todo mundo ia curtir o frevo mas as reações foram de outro mundo, valeu muito a pena!

Mas o frevo também foi um pouco do “começo do fim”. Casamentos na Praia dos Carneiros não podem ter música alta depois da meia noite, e enquanto a gente planejava o casamento tínhamos medo de que ficasse pouco… Ledo engano, depois de horas pulando na pista e principalmente depois de uma hora e meia de frevo sem parar, não tem pé que aguente!

Depois do frevo a maioria dos profissionais foi embora e a pista continuou bombando só com o DJ – Beto Karioca tocou o melhor da música pop e rock dos anos 90-00 e alguns hits brega atuais pra todo mundo cair na gargalhada e deixar o álcool mostrar a que veio. A essa altura nossos amigos estavam beeeem alegrinhos e nessa hora me arrependi de não ter pedido pras equipes de foto/vídeo ficarem mais uma hora, perdi de registrar todo mundo passando embaixo da cordinha e berrando “complicada e perfeitinha” ;)

Eu já disse que nunca me senti tão feliz e tão amada como naquele dia, e duvido que a mesma emoção aconteça novamente. Ver todo mundo feliz, interagindo, se divertindo, comendo, bebendo, sorrindo e comemorando uma conquista tão importante pra gente me fez sentir a pessoa mais sortuda do mundo – não é exagero nenhum quando dizem que o dia do seu casamento vai ser o dia mais feliz da sua vida, juro!

E mais, posso até estar falando besteira, mas acho que nem o nascimento de um filho vai ter o mesmo poder. Além da felicidade pelo que o momento representa, pra mim o mágico da festa de casamento é poder compartilhar essa felicidade com quem a gente ama, ver cada sorriso, olhar nos olhos da família e dos amigos e dividir aquela emoção na sua forma mais pura, abraçar cada pessoa e vibrar juntos com aquela história que se inicia… O que faz o casamento não é a decoração, a música ou os doces; o que faz um casamento inesquecível é o montinho de amor que cada pessoa ali traz (e eu não sei vocês, mas eu não pretendo ter 130 pessoas comigo na sala de parto ahaha).

7 de janeiro de 2017 vai ser por muito, muito tempo – talvez para sempre – a minha lembrança mais doce. Valeu a pena cada noite mal dormida preocupada com besteiras, cada centavo gasto com a festa e cada minuto que passamos planejando nosso dia. Quando tivemos que desligar a música e eu finalmente parei de pular na pista com meus amigos, nos jogamos no sofá pra conversar e relembrar cada segundinho daquele dia, comentando todos os babados da noite e olhando as fotos.

Foi o fim de noite perfeito para o dia mais perfeito das nossas vidas. E sim, foi tão espetacular que eu já quero fazer uma festa de renovação de votos!

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