48h em Milão: Duomo, Luini e nossa melhor refeição na Itália

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Milão é uma daquelas cidades super famosas que sempre ouvimos falar, só que geralmente os comentários vem acompanhados de “mas é uma cidade meio sem graça, não tem muito o que fazer”. Não sei se foi porque essa foi minha primeira visita à Itália então não tinha muito como comparar, mas a-do-rei Milão! O tempo todo ficava falando oi, o que esse povo fumou pra dizer que Milão é sem graça? ahahah Passamos dois dias na cidade em fevereiro (ssshhhh, eu acho bom começar com uns posts atrasados antes que estejamos comemorando aniversário de 1 ano de viagem e eu não lembre mais de nada do que fiz/deixei de fazer xD) e ficamos com vontade de voltar, ainda tem MUITA coisa pra fazer em Milão..

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Voamos Londres/Milão pela Easyjet e aterrisamos em Malpensa, a pouco mais de 1h de ônibus da estação Milano Centrale (algumas empresas fazem o trajeto de ônibus, tem até wi-fi e custa €12 pelo return ticket) e assim que chegamos já compramos o passe de metrô/tram válido por 48h (custa €8,50 e vale muito a pena). Eu estava morrendo de preguiça de pesquisar um albergue pra ficar, deleguei a tarefa pra Nic e ele acabou fechando com o Eurohotel Milano – ainda preciso convencê-lo a ficar em albergues comigo, ele sempre dá um jeito de fugir tsc tsc tsc. Achei o preço meio salgado para o tamanho do quarto, mas a localização era ótima (pertíssimo da estação Porta Venezia e da Corso Buenos Aires), a cama era confortável, o banheiro era legal (estamos nos mudando de um apartamento com o chuveiro super fraco, foi maravilhoso chegar lá e tomar banho com a água praticamente machucando a cabeça de tão forte ahhah) só que.. As paredes eram finas. Tipo, MUITO finas. No nível acordar-com-o-despertador-do-quarto-vizinho e com uns cachorros latindo dentro de outro quarto (?). Por conta disso, não consegui acordar cedo e quando descemos o café já tinha sido recolhido, mesmo sendo 10:45 e o café indo até as 11:00. Enfim, dá pra ver que não foi a melhor estadia num hotel que já tivemos na vida, e da próxima vez que formos à Milão pretendo procurar outro lugar pra ficar.

Mas volta pro primeiro dia: nosso roteiro não podia começar de outro jeito! Largamos tudo no hotel e nos mandamos para conhecer aquela que é uma das mais famosas catedrais góticas do mundo, o Duomo di Milano <3

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Não dá pra não ficar boquiaberta com os detalhes da catedral, que começou a ser construída em 1386 e só foi considerada “oficialmente” terminada em 1965, mesmo que alguns blocos de mármore ainda estejam esperando para virar estátuas..! Um detalhe interessante da história do Duomo é que sua fachada foi finalizada com urgência porque Napoleão queria coroar-se Rei da Itália ali – a pressa era tanta que várias propriedades tiveram que ser vendidas para arrecadar o dinheiro necessário para a construção, Napoleão prometeu que a França reembolsaria todos os envolvidos mas esse dinheiro nunca voltou pra Itália..

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Pra quem mora em Londres e tem que desembolsar algumas (muitas) libras para visitar as igrejas, foi ótimo poder entrar no Duomo sem pagar nada. As fotos não eram permitidas a não ser com uma pulseirinha vendida no local, por €2 mas vou confessar que não vi ninguém checando se as pessoas tinham pulseira ou não.

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Aliás, as fotos dessa viagem estão péssimas porque esqueci o carregador da câmera (duh!!!), tivemos que ficar com iPhone/iPod e câmeras quebra-galho #thaisfail

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Depois de explorar cada cantinho da catedral, compramos o ingresso que dá acesso ao telhado por 7 euros (você pode optar pelo elevador por 12 euros) e começamos a subida dos 250 degraus que pareciam intermináveis! Achei a experiência punk porque a escada é muito apertada e tem somente umas aberturas laterais na pedra para iluminação, o que proporciona vistas inusitadas da cidade à medida que você sobe, mas não colabora com a sensação claustrofóbica de “estou num caixão”. Me senti numa escada helicoidal interminável e quis me dar um tapa por não ter pago pra ir de elevador! ahahah

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Em 2012 foi lançada a campanha Adotta una Guglia, para arrecadar fundos e continuar a restauração do Duomo: qualquer pessoa pode “adotar” um pináculo, e se você estiver rico e doar a bagatela de 100 mil euros (!!) você pode registrar essa adoção e ter seu nome gravado em um dos 135 pináculos da catedral.

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Saindo do Duomo fizemos um programa totalmente turístico seguido de uma dica ~dos locais~: Galeria Vittorio Emmanuelle II com direito a três voltinhas “nas bolas” do touro para trazer sorte e fortuna (tô esperando até hoje..), e uma passada no Luini para experimentar o tal do panzerotti tão famoso! A fila sempre está gigante mas vale a pena esperar, o de mozzarella + pomodoro é de morrer, podia comer o dia todo! Fechamos a manhã com o melhor sorvete que provei na Itália, numa sorveteria ali mesmo na praça do Duomo. Tomei sorvete pelo menos 1x por dia enquanto estava lá, mas nenhum foi tão bom quando esse da Gelaterie Odeon (gostei tanto que tive que pesquisar o nome andando pelas ruas no Google Maps rs).

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Gira, gira bastante pra ver se a gente ganha na loteria xD

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Fui teimosa e resolvi visitar a igreja Santa Maria delle Grazie, mesmo sabendo que as chances de conseguir ingresso para ver A Última Ceia eram praticamente inexistentes. Dito e feito, a visita à parede onde está o afresco de Da Vinci tem que ser agendada com pelo menos um mês de antecedência se você pretender visitar num final de semana, e o processo foi BEM tenso.

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O ingresso custa pouco mais de 6 euros, mas as agências sabem o quanto o passeio é concorrido e compram a maioria dos ingressos – vimos tours sendo oferecidos no hotel por 60 euros por pessoa, e mesmo esses precisavam ser marcados com uma certa antecedência! Tentei comprar o ingresso direto com o museu pelo telefone semanas antes, fiquei esperando na linha pra ser transferida mil vezes mas não consegui :( Mais um motivo pra voltar a Milão!

Pra fechar o post gigante e o dia cansativo em Milão, seguimos dicas de estranhos no Foursquare para escolher um lugar para jantar. A única exigência era que a comida fosse tradicional italiana e o restaurante fosse pertinho do hotel! Acabamos no Da Ilia e não poderia ter ficado mais satisfeita! Um restaurante pequenininho, nada extravagante e com um clima caseiro maravilhoso, com os donos passando nas mesas para conversar e esse tipo de coisa.

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O carpaccio da entrada foi o mais incrível que comi na vida, apesar de ser o mais simples! Mas a qualidade dos ingredientes era TÃO boa, que não precisava “inventar”: comida simples, tradicional e muito, muito saborosa! Pro prato principal escolhi a pasta que eu nunca pediria em qualquer outro lugar, porque é “só” tomate. Mas né, estamos na Itália e um simples pomodoro se transforma na pasta caseira com o molho mais incrível que te faz suspirar a cada garfada e da qual você lembra a cada vez que entra num restaurante italiano em qualquer lugar do mundo (sim, eu ainda suspiro quando lembro desse jantar mesmo depois de nove meses)..

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