Tudo o que você precisa saber para planejar uma viagem pro Japão

Poucos lugares no mundo despertam tanto fascínio quanto o Japão. Não importa se estou falando com um viajante que já conheceu mais de 30 países ou alguém que nunca saiu do Brasil, se por algum motivo o Japão aparece na conversa a curiosidade é instantânea. “Mas como é? Como você fez pra se comunicar? O que eles comem? É tudo completamente diferente MESMO?” Depois de visitar o Japão duas vezes posso dizer que entendo perfeitamente o fascínio do mundo com esse arquipélago.

Até hoje o Japão é o único lugar onde eu me senti “em outro planeta” – totalmente clichê, eu sei, mas a mais pura verdade! A cultura, o idioma, a culinária, a arquitetura, o jeito das pessoas, a tecnologia, a propaganda, até os detalhes como a musiquinha que toca pra avisar que a porta do metrô vai fechar – tudo é diferente, novo, curioso. Aterrissar no Japão é ter a certeza de que uma viagem inesquecível está apenas começando, mas até chegar o dia da viagem você provavelmente já vai ter se desesperado algumas vezes…

Eu explico: à primeira vista, o Japão é um destino difícil. O país parece pequeno mas tem MUITAS cidades, templos e paisagens imperdíveis. As distâncias enganam, o transporte (apesar de muito eficiente!) leva mais tempo que o imaginado, o idioma é uma barreira real, muitos hotéis tradicionais não oferecem informações em inglês no site… Planejar uma viagem pro Japão pode ser estressante mas não precisa se desesperar, com uma pequena dose de paciência e esse guia pra ajudar não tem erro!

Por onde começo a planejar uma viagem pro Japão?

Quando ir para o Japão?

O Japão tem as quatro estações do ano bem definidas, cada uma com suas vantagens e desvantagens. O verão é quente, úmido e tem chance de aparecer um tufão, o inverno pode ser congelante, a primavera é linda com cerejeiras em flor mas tudo fica mais caro e esgota cedo… Se você estiver muito determinado a fazer/ver algo específico vale prestar atenção nas datas abaixo, mas se não, pode comprar a passagem mais barata que encontrar – independente da época, ir pro Japão é sempre bom.

  • Para ver as famosas cerejeiras (sakura) em flor: fim de março a fim de abril. As flores abrem começando no sul e terminando no norte e o auge da florada dura apenas alguns dias, então recomendo checar o calendário oficial (que vai sendo atualizado frequentemente antes da temporada começar) para ver as datas de uma cidade específica;
  • Subir ou ver o Monte Fuji: só é permitido subir a montanha do começo de julho ao começo de setembro, mas para quem quer apenas ver a montanha eu recomendo ir de novembro a março, para ter mais chances de ver o Monte Fuji com neve no topo;
  • Para ver as cores do outono: final de setembro até final de novembro, dependendo da cidade (ao contrário das cerejeiras, as mudanças nas folhas começam no norte e terminam no sul);
  • Esquiar e curtir a neve no norte do país: janeiro e fevereiro;

Eu só recomendaria evitar os feriados da Golden Week (final de abril e começo de maio, mas as datas mudam todo ano), quando os japoneses viajam muito dentro do país e fica complicado reservar hotéis, trens e até visitar as atrações.

Quanto tempo ficar no Japão?

Pelo menos 10 dias inteiros no país, divididos igualmente entre Tóquio e Quioto (a partir dessas bases dá pra tirar uns 2/3 dias pra fazer passeios bate e volta). Mas se puder ficar mais tempo eu recomendo fortemente – o Japão é um país especial demais pra ser visitado às pressas, ainda mais considerando o tempo que leva para chegar lá, o jet lag inevitável dos primeiros dias e a distância entre as cidades… Todo mundo que eu já conheci voltou do Japão achando que deveria ter ficado mais tempo – a minha viagem dos sonhos teria uns 20 dias no mínimo!

Voos e custos

Um dos motivos que faz muita gente adiar a viagem pro Japão é a distância. Não dá negar que, pra quem mora no Brasil, vai ser uma viagem muito longa e cansativa… Dois aeroportos internacionais servem Tóquio: Narita, que fica uns 60 km fora da cidade, e Haneda, que fica dentro de Tóquio. É mais fácil conseguir voos mais baratos para Narita e compensa aterrissar lá, mesmo considerando a distância maior e o preço para chegar em Tóquio (os dois aeroportos oferecem tanto trem quanto ônibus para o centro).

O mais comum é fazer uma conexão nos Estados Unidos ou na Europa, e aí o próximo voo pode ser direto para Tóquio (pagando mais caro) ou incluir mais uma conexão na China, Coréia do Sul, Hong Kong etc. Algumas companhias oferecem stopover gratuito e isso pode ajudar a quebrar uma viagem tão longa – em alguns casos dá pra passar até 2, 3 noites em outra cidade sem pagar nada a mais por isso! O que eu geralmente faço é pesquisar o preço dos voos no Skyscanner e depois conferir no site da companhia aérea se tem alguma promoção do tipo.

O preço da passagem já foi muito proibitivo mas hoje em dia está mais acessível, encontrei voos a partir de £560 (R$2830 na cotação de hoje) e 30h de duração saindo de São Paulo. Só fica beeem mais caro pra quem mora longe do sudeste, por exemplo a passagem mais barata que achei saindo de Recife tem duas conexões, 34h de duração e custa MIL E CEM LIBRAS (mais de R$5500 #todoschora)… Como moro em Londres acho importante incluir o preço daqui também – uma passagem ida e volta pra Tóquio custa a partir de £460 (R$2320) com uma conexão e 24h de duração.

Então vale a pena ficar de olho nas promoções, dependendo da sua sorte um voo saindo de São Paulo pode custar o mesmo valor do meu voo saindo de Londres (e no Brasil ainda tem a vantagem de poder parcelar, coisa que não existe pra quem mora na Europa).

Quais cidades visitar?

Olhando no mapa o Japão pode até parecer pequeno, mas são tantas cidades oferecendo experiências distintas que fechar esse roteiro vai dar um pouco de trabalho. O arquipélago é formado por mais de 6 mil ilhas (!), mas pra facilitar pesquise apenas sobre as principais – Honshu, Hokkaido, Shikoku e Kyushu. A maioria dos turistas viaja pra maior ilha, Honshu, onde ficam cidades como Tóquio, Quioto, Hiroshima, Osaka, Yokohama, Nagoya, Kobe e também o Monte Fuji, mas quem quiser se aventurar pelas outras ilhas também recomendo pesquisar sobre Sapporo, Fukuoka e as praias paradisíacas de Okinawa.

Hospedagem no Japão

O Japão (e principalmente Tóquio) oferece todos os tipos imagináveis de acomodação. Quer albergue? Tem. Hotel 5 estrelas com vista incrível e privada que abre sozinha? Tem. Ryokan tradicional com onsen? Tem. Hotel cápsula pra você dormir dentro de uma caixa? É o que mais tem!

Eu já fiquei em quase todas essas categorias (só recusei o albergue e o hotel cápsula porque viajo com o marido e não vou dormir sozinha, né?!) e também já aluguei um típico apartamento japonês pelo Airbnb. Todas opções que já testei estão aqui, mas vou fazer um post falando mais sobre cada uma.



Booking.com

De forma geral, minhas dicas são: 1) em Tóquio, tente ficar nos arredores de uma estação da linha Yamanote (a linha circular do metrô), vai facilitar muito o transporte na cidade; e 2) fora de Tóquio tentar incluir pelo menos uma noite num ryokan, a hospedagem típica japonesa com tatame e futon no chão. Bônus se tiver um onsen, as casas de banho quente (que podem ser dentro do hotel ou ao ar livre, privadas ou para todos os hóspedes) e bônus duplo se tiver um jantar tradicional japonês servido no seu quarto.

JR Pass – comprar ou não?

Voo e hospedagem resolvidas? Está na hora de decidir comprar ou não o JR Pass, o passe ilimitado de trens que está disponível apenas para turistas. Essa é uma das principais dúvidas de quem está planejando uma viagem pro Japão – o JR Pass é bem caro e, por não estar disponível para moradores do Japão, ele não pode ser comprado depois que você já estiver no país.

Vou falar sobre o preço do transporte nas cidades num próximo tópico, mas sim, se locomover de trem entre uma cidade e outra no Japão é bem caro… O JR Pass está disponível em três durações – 7, 14 e 21 dias – e custa a bagatela de ¥29100, ¥46390 e ¥59350, respectivamente. Ele pode ser utilizado nas linhas da empresa JR pelo país inteiro, incluindo o famoso Shinkansen (o trem bala japonês) ‘Hikari’ e ‘Sakura’ – fique atento porque as opções mais rápidas do shinkansen, ‘Nozomi’ e ‘Mizuho’ não estão inclusas.

Trem bala no Japão

 

Para descobrir se o JR Pass vale a pena pro seu itinerário, visite o site da HyperDia e some o preço de todos os trens que pretende pegar (só lembre de prestar atenção no tipo do Shinkansen!). De forma geral, uma viagem ida e volta para Quioto incluindo um bate e volta para Nara já “pagam” o JR Pass de uma semana. Para economizar no transporte você pode evitar os trens e optar por voos ou ônibus dependendo do destino, mas eu acho que fazer pelo menos uma viagem no shinkansen é importante pra ter uma experiência completa no Japão!

Recomendo comprar o JR Pass no Japan Travel Centre se você morar no Reino Unido – o serviço é excelente, dá pra pegar o voucher no mesmo dia e ele é até um pouco mais barato que em outros sites. Quem mora em outros países eu recomendo conferir no site oficial do JR Pass a lista de agências credenciadas, mas também já ouvi falar muito bem da Japan Experience (a entrega pro Brasil custa £16 e segundo o site leva 3 dias pelo FedEx).

Como o voucher em mãos, basta trocá-lo pelo seu JR Pass propriamente dito num dos escritórios da JR espalhados pelas principais estações e aeroportos. Lá você também pode escolher a data de ativação (caso o passe não cubra toda a duração da sua viagem) e marcar assentos para as viagens se quiser garantir que o grupo todo vai conseguir sentar junto – só lembre de levar anotado o horário e destino dos trens, pois se comunicar em inglês com os funcionários pode ser difícil. Na hora de embarcar basta mostrar seu JR Pass ao funcionário que fica perto da catraca, ele vai conferir a data e abrir uma portinha pra você passar (usando o JR Pass você não pode passar direto pelas catracas).

Precisa fazer seguro viagem pro Japão?

Não é necessário fazer um seguro viagem antes de viajar para o Japão, mas eu acho loucura viajar para qualquer lugar do mundo sem ter um… E loucura dupla se essa viagem for pra Ásia, imagina o desespero de passar por uma emergência sem achar ninguém pra falar inglês?! O seguro para uma viagem de 15 dias pela Ásia custa a partir de R$130 (basta colocar as datas no banner da Real aqui ao lado para receber diferentes opções) e querer economizar esse dinheiro é o famoso barato que pode sair muito, muuuito caro.

Como tirar o visto pro Japão

Brasileiros precisam de visto para visitar o Japão, mas não precisa se preocupar porque ele é bem fácil de tirar. Basta ir na embaixada ou consulado que cobre a região onde você mora, entregar os documentos necessários e dentro de alguns dias o visto vai estar pronto. Não precisa de hora marcada, entrevista, nada do tipo – você ainda nem viajou e a eficiência japonesa já impressiona!

O visto pode ser de uma ou mais entradas – depende se você vai entrar no Japão apenas uma vez, ou se vai incluir outro país na viagem e passar pelo Japão novamente – e o tempo limite para turistas brasileiros no país é de 90 dias consecutivos. Apesar disso o visto é concedido de acordo com os planos de viagem que você apresenta (nas duas vezes que viajei para o Japão recebi um visto de 15 dias, não de 90) e o visto também precisa ser “ativado” dentro de no máximo 3 meses, ou seja, você precisa entrar no Japão dentro dessa data limite.

Não precisa correr pra fazer o visto antes de comprar passagem – resolva todos os detalhes da viagem primeiro e quando tiver faltando uns 2 meses pra viagem você dá entrada no visto. Em teoria não é necessário ter hotéis reservados para tirar o visto, mas sempre recomendo reservar os hotéis o quanto antes para conseguir preços melhores (principalmente no Japão onde dependendo da época as coisas esgotam MESMO). Eu sempre uso o Booking.com porque dá pra reservar sem pagar nada e tem cancelamento gratuito caso o itinerário mude ou a viagem seja cancelada… Já economizei muito ao longo dos anos por causa dessa segurança!

Atualmente o visto de uma entrada custa R$97 e o visto de múltiplas entradas custa R$194, pagos em dinheiro. Ah, o pagamento do visto só é feito na devolução do passaporte, ou seja, você não corre o risco de ter o visto negado e passar perrengue. Se tiver algum documento faltando ou algo estranho nos formulários eles já te avisam quando na hora da entrega dos documentos e você pode corrigir tudo a tempo.

Dinheiro, tax-free e gorjeta no Japão

A moeda japonesa se chama yen (o símbolo é ¥ e o código internacional é JPY) e para facilitar o cálculo eu recomendo pensar nos custos sempre em múltiplos de 100. Atualmente 100 yen equivale a £0.69 (ou R$3,46), então uma refeição de 1000 yen custaria por volta de R$35, uma passagem de trem de 10000 yen custaria por volta de R$360 etc. Algumas pessoas recomendam dividir o valor por 30 pra ter uma ideia aproximada do preço em reais, ou cortar duas casas pra ter o preço aproximado em dólar, mas eu preferi ficar usando o app xCurrency para ter um valor mais exato.

Se você estiver saindo do Brasil eu recomendo levar dólares para trocar por lá (só levamos yen porque conseguimos uma cotação boa em Londres), e caso precise de mais dinheiro basta sacar com seu cartão de débito nos caixas eletrônicos da rede 7-Eleven espalhados por todo país. Cartões de crédito ainda não são 100% aceitos no Japão, em muitos lugares o pagamento só pode ser feito em dinheiro (preste atenção nisso antes de pedir comida no restaurante), mas em lojas e restaurantes maiores foi fácil pagar com American Express e Visa. Ah, e se prepare para receber muuuitas moedas de troco – elas vão ser bem úteis para você experimentar bebidas diferentes nas centenas de máquinas que vai encontrar pelo caminho!

Maquina de bebidas no Japão

 

O imposto no Japão é de 8% e ao contrário da Europa, onde você paga o preço cheio e quando chega no aeroporto pede o reembolso do imposto, no Japão ele é deduzido no próprio caixa. Ao fazer compras basta dizer que quer o “tax free” (geralmente está disponível para compras a partir de 5000 yen) e mostrar o passaporte. O vendedor vai imprimir um formulário e grampear no seu passaporte, você não vai pagar o imposto e só precisa devolver os formulários que foram grampeados na hora de fazer a imigração. Algumas lojas embalam as compras em sacos lacrados mas nunca vi ninguém fazendo inspeção no aeroporto, eu coloquei as compras na mala despachada e não tive problemas.

E quanto às gorjetas, esqueça que elas existem! Quando o restaurante cobrar taxa de serviço o valor já estará incluso na conta, em todas as outras ocasiões não é necessário dar gorjeta e em muitos casos pode até ser considerado uma ofensa tentar pagar mais do que o valor indicado.

Imigração no Japão

Não precisa ficar nervoso com a imigração no Japão – basta preencher o formulário (que você provavelmente vai receber durante o voo) com seus dados pessoais, número do voo, duração da viagem etc e entrar na fila. Nas minhas duas viagens o processo foi muito rápido: entreguei o passaporte para o funcionário operando a máquina de reconhecimento facial, ele me pediu pra tirar os óculos e olhar pra câmera, devolveu meu passaporte e me encaminhou para um guichê.

Formulário de imigração no Japão

 

Esperei ser chamada no guichê, entreguei o passaporte com o visto e meu formulário preenchido – a funcionária só me perguntou quantos dias ia ficar e quais cidades eu ia conhecer, carimbou meu passaporte e me devolveu uma parte do formulário para entregar quando estiver saindo do país. Depois de pegar as malas também é necessário preencher o formulário da alfândega (só pra deixar registrado que não tem nada proibido ou de valor na bagagem) e entrar na fila pra sair. Falando assim até parece um processo muito demorado com várias etapas, mas eles são bem eficientes e tudo é muito sinalizado.

Internet no Japão

Um detalhe que eu acredito ser essencial pra não passar perrengue no Japão (e em qualquer outro lugar, eu não vivo sem!) é sempre ter internet no celular. Compramos nosso chip 4G pelo Klook e pegamos no quiosque do aeroporto assim que desembarcamos – prático, internet bem rápida e preço mais barato do que se deixar pra comprar lá.

Para quem precisa usar mais de um dispositivo pode ser uma boa ideia alugar um modem portátil (ouvi falar muito bem do Ninja WiFi), mas eu prefiro ter o chip direto no celular e usar o laptop quando estiver no wifi do hotel. Se você esquecer de comprar o chip antes de viajar é só visitar uma loja da rede BIC Camera, geralmente tem funcionários que falam inglês e muitas opções de plano de dados pra todos os gostos.

Transporte no Japão – metrô, ônibus, trem bala, táxi, Uber…

O Japão possui uma das melhores redes de transporte público do mundo – pra quem já conhece Londres e se impressiona com o transporte público aqui, se prepare porque em Tóquio é mil vezes melhor! Extremamente pontual, limpo, moderno, bem sinalizado, com uma rede que cobre a cidade toda e, pra ficar melhor ainda, também é mais barato do que aqui em Londres.

Na verdade a cobrança acontece de acordo com a distância percorrida e vai desde ¥170 até ¥310, então a primeira coisa que recomendo é comprar um cartão recarregável Suica ou Pasmo. Você não vai precisar perder tempo planejando o trajeto exato para comprar bilhetes individuais ou entrar em filas todos os dias, e no fim da viagem é só devolver o cartão na maquininha e receber o saldo restante. Ah, os cartões também podem ser usados em muitas lojinhas de conveniência, máquinas espalhadas pela cidade, lockers e até alguns táxis.

Táxi no Japão

 

Os táxis no Japão são uma fofura, como tudo no país – os motoristas andam com uniforme e chapéu, as portas abrem automaticamente, dá pra pagar com cartão de crédito e tem até bancos cobertos de renda, mas em compensação não são muito baratos. Dá pra ter uma noção dos valores nesse site, mas nós só achamos que valia a pena para distâncias mais curtas quando estava chovendo ou no fim do dia, quando dava preguiça de andar dentro da estação gigante pra achar a linha certa, subir escada, descer escada etc depois de já ter andado 15km durante o dia. Para quem prefere a conveniência do Uber ele também está disponível em Tóquio, mas custa ainda mais caro que o táxi normal.

Saindo de Tóquio os trens bala são a melhor opção em termos de eficiência mas custam bem caro (por isso a importância de pesquisar bem e comprar o JR Pass), então quem quiser economizar pode fazer viagens de ônibus. Uma passagem de Quioto para Tóquio, por exemplo, custa a partir de ¥4000 se você for de ônibus e a partir de ¥13000 se comprar a passagem do trem bala individualmente. Para calcular os custos e durações de deslocamentos fora de Tóquio eu recomendo usar o site HyperDia, e em Tóquio recomendo baixar o app Citymapper, que mostra melhores rotas, valores, bifurcações de linhas, pontos de ônibus e até qual entrada/saída da estação é mais conveniente (isso é muito importante, algumas estações são tão grandes que se você pegar a saída errada vai precisar andar uns 20 minutos a mais).

Idioma e comunicação

Essa é provavelmente a maior preocupação de quem viaja pro Japão e não é uma preocupação infundada, já que a maioria dos japoneses não fala inglês muito bem. Mas também não precisa ter medo: tem placas com o alfabeto ocidental, anúncios em inglês no transporte público, cardápio com foto dos pratos ou até alguns menus em inglês… Não é fácil e intuitivo como numa viagem pra Europa, mas a graça de viajar pra tão longe está justamente em ter uma experiência diferente, né? Abraça o perrengue que faz parte!

Linha do metrô de Tóquio

 

Muitos japoneses compreendem se você falar inglês bem devagar e ajudar com uns gestos, mas mesmo com toda dificuldade de comunicação eu garanto que eles vão fazer o possível e o impossível pra te ajudar no que você precisar. Sério, a dona de um café que visitamos perto do Monte Fuji NOS LEVOU DE CARRO a um lugar que ficava a mais de 15 minutos de distância só porque não estávamos conseguindo entender como chegar lá de ônibus e a empresa de táxi que ela estava tentando chamar pra gente não estava atendendo o telefone. Quando ela apontou pro carro achamos que ela ia nos levar até o ponto de ônibus, mas quando percebemos já estávamos chegando no nosso destino final… São ou não são o povo mais fofo, educado e solícito do mundo?!

A dica que eu dou é usar o Google Translate e baixar o idioma japonês pra poder traduzir tudo até mesmo se a internet parar de funcionar. O Google Translate facilitou demais a nossa vida nas duas viagens, principalmente a função de traduzir automaticamente usando a câmera do celular – é uma ferramenta ótima pra tirar aquelas dúvidas nos cardápios, saber pra que serve tal produto na farmácia etc.

Comida no Japão

Uma pergunta que recebi de algumas pessoas no Instagram foi se numa viagem pro Japão você vai viver de peixe cru e a resposta é definitivamente NÃO! A culinária japonesa é muito rica e deliciosa, vai bem além do que chega até a gente como “comida japonesa”. Acho bem difícil comer mal no Japão, mesmo nos restaurantes mais simples ou nas lojinhas de conveniência tudo é feito com cuidado, sabe?

Os pratos típicos variam de região pra região, mas em geral no dia-a-dia se come muito arroz, peixe, carne de porco, frango, sopas, legumes, curry (que pra minha felicidade não é picante!), tofu, sopa de missô, soba, omelete, udon, lámen, tonkatsu… Comemos sushi poucas vezes, tem tanta coisa pra experimentar que mesmo quem ama sushi não vai querer ficar repetindo só isso.

 

Comida no Japão

A gente sempre dava preferência a restaurantes que tinham um display dos pratos na entrada ou pelo menos cardápio com fotos, pra não ter que ficar traduzindo prato por prato. Quem é vegetariano ou vegano vai ter um pouco mais de trabalho para comer no Japão, mas encontrei o site Vegewel que lista opções em várias cidades – vale marcar os favoritos no Google Maps pra não passar apuros quando bater a fome.

E pra minha surpresa eles são muito fãs de pães, croissants, bolinhos e todo tipo de quitutes que você encontraria numa padaria francesa. É bem fácil curtir um café da manhã mais ocidental super barato nas lojinhas de conveniência (tipo 7-Eleven ou Family Mart) se você não quiser comer arroz com peixe grelhado logo cedo. Nessas lojinhas tem uma infinidade de bebidas diferentes, docinhos, snacks e até “comida de verdade” que você pode aquecer num microondas lá mesmo.

Outra surpresa é o preço – acho que nunca comi tão bem em restaurantes pagando tão pouco! Pra ter uma noção de valores, é bem comum pagar menos de ¥1000 por pessoa num jantar mais legalzinho, e se for menu de almoço tem até por ¥500! As lojinhas de conveniência também ajudam demais a baratear os custos, sempre pegávamos nosso café da manhã lá e custava umas £6 pra duas pessoas, algo impensável em Londres ou até em certos lugares do Recife.

Farmácia japonesa em Tóquio

Compras no Japão

Não percebi uma diferença muuuito grande de preços de roupas, eletrônicos ou produtos de beleza no Japão comparando com Londres (exceto marcas japonesas ou asiáticas, claro). Na minha opinião o que torna o país um destino ótimo para compras é a variedade de produtos diferentes e a possibilidade de encontrar coisas que você nem sabia que existia.

Para quem curte tecnologia e fotografia os muitos andares da BIC Camera ou Yodobashi Camera são o paraíso, quem curte uma moda casual e barata sempre ama a Uniqlo, tem a Muji com a sua vibe vida minimalista, a Daiso pra produtos inúteis que são indispensáveis… E quem também adora um creminho (eu!) vai PIRAR nas farmácias japonesas. São corredores e mais corredores de produtos coloridos que – vamos ser sinceras! – eu nem sei exatamente pra que servem, mas era tudo tão kawaii (fofo) que sempre dava vontade de deixar todo meu dinheiro lá.

Compras no Japão

Recomendo ir com espaço na mala porque mesmo sem planejar fazer compras você vai acabar sendo seduzido pelas lojas japonesas e sua capacidade de fazer tantas coisas fofas. Ah! Quem está pensando em comprar eletrônicos só precisa ficar atento à diferença das tomadas (no Japão o tipo utilizado é o Tipo A e a voltagem é 110v).

O Japão é um país seguro?

E pra terminar, vou responder à pergunta que sempre recebo quando estou filmando a volta pro hotel de madrugada: o lugar X é seguro? No caso do Japão, SIM: a taxa de criminalidade do país é baixíssima e, segundo o Global Peace Index de 2019, o Japão é o nono país mais seguro do mundo! Se você gosta de viajar sozinho(a) não precisa ter medo de furtos, golpes, assaltos ou assédio nas ruas, independente da cidade ou hora do dia.

Fushimi Inari, Japao

 

Ainda tem dúvidas?

Tentei incluir todas as informações que considero importantes pra planejar uma viagem pro Japão, mas se você tiver qualquer outra dúvida pode deixar um comentário que eu respondo e acrescento no post. No mais, desejo que o post tenha ajudado e que você aproveite MUITO sua primeira, segunda ou décima viagem pro Japão. Esse país é mágico e eu garanto que você ainda vai querer voltar muitas e muitas vezes… Assinado: alguém que já está contando os meses pra sua terceira visita :-)

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