O maior cajueiro do mundo

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Sou do time que pensa que a grande maioria dos pontos turísticos, por mais clichê que possa parecer, vale a visita. Não sou dessas que acha que o bom mesmo de uma viagem é fugir de tudo o que for atração conhecida como o diabo foge da cruz.. Afinal, se aquele lugar se destacou em meio a tantos outros que poderiam ter feito sucesso, algum motivo deve ter!

Tá certo, as vezes é uma fama meio sem sentido, mas imagina vir a Londres e não ver o Big Ben, ir a Paris e não ver a Torre Eiffel nem que seja de relance, ir pro Hawaii e não pegar uma praia..? Ou ir a Natal e perder a oportunidade de ver o maior cajueiro do mundo (!!).

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Assim, quantas vezes você realmente pode dizer que está visitando o maior/mais caro/mais alto/whatever do mundo? A gente sempre exagera e diz que tal e tal coisa foram as mais incríveis de toda a galáxia, mas geralmente só até visitarmos um outro lugar parecido e começarmos a dizer que aquele sim que é o mais incrível de todo o universo.

Só que com o maior cajueiro do mundo não tem como negar – você não vai encontrar um maior em qualquer lugar da face da terra. Pode procurar. Foi impagável dizer pros meus sogros, pra Nic e pra afilhada dele qual era o programa da manhã, todo mundo mostrar um nível zero de empolgação, que obviamente virou uma cara de choque quando chegamos lá e viram que não era apenas “uma árvore grandinha e a gente fava exagerando” ahahah

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Localizado 12km ao sul de Natal, o cajueiro fica na praia de Pirangi do Norte e vem crescendo desde quando foi plantado em 1888. Só que com uma pequena diferença – esse cajueiro já ocupa uma área de 8500 m² e a cada ano cresce mais 1,5m²!

O fenômeno se dá por causa de duas anomalias genéticas que foram descobertas na árvore: ao invés dos troncos e galhos crescerem para o alto, vão crescendo para os lados e se espalhando cada vez mais. Com o passar do tempo os galhos tendem a se curvar por causa do próprio peso, tocando no chão – numa árvore normal isso causaria o apodrecimento do galho, mas aí entra a mutação genética número 2, que faz com que eles criem novas raízes e passem a se desenvolver como se fosse uma outra árvore.

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Então o cajueiro de Pirangi é na verdade um cajueiro on steroids com raízes pra todos os lados, que não param de se desenvolver e fortalecer a árvore, que por sua vez continua crescendo e se espalhando, enraizando novamente e assim garantindo seu lugar mais que merecido no Guiness Book. A mutação está presente em 4 dos 5 galhos que formam o tronco principal (e consequentemente em seus “descendentes”), o que resultou nesse cajueiro gigantesco que vem causando problemas pra prefeitura da cidade – o que fazer com um cajueiro que está invadindo as pistas, mas ninguém pode cortar por medo da árvore morrer, parar de crescer pra sempre ou sei lá, o mundo acabar?

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Do alto do mirante – sim, tudo isso verde na foto faz parte do maior cajueiro do mundo, e olha que eu nem consegui enquadrar todo o quarteirão ocupado pela árvore. Tem um segundo cajueiro plantado no mesmo terreno, mas já foi comprovado geneticamente que 95% da área verde do quarteirão faz parte de apenas uma árvore.. O outro cajueiro fica famoso apenas pela comparação com seu primo gigante, coitado.

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É engraçado voltar pra lá e perceber o quanto o cajueiro está maior do que quando eu ia a Natal pequena.. Antigamente (oi, velha!) nem tinha toda essa estrutura de passarela formando trilhas debaixo da árvore e muito menos cercas, podíamos andar livremente pelo terreno e cheguei até a sentar nos galhos pra tirar foto; só que, assim como no Morro do Careca, perceberam que interferir tanto com uma obra da natureza não é lá uma grande ideia e hoje em dia tudo é preservado.

E pra quem acha que o cajueiro é uma árvore esquisita que só serve de enfeite, vai aí um suquinho de caju? Sim, ele produz frutos (e muitos! De 70 a 80 mil por ano!) e quem visita a atração de setembro a dezembro pode se esbaldar no caju de graça.

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