A última atração de Belém que eu quero mostrar foi a minha preferida, aquela que realmente me deixou de queixo caído e onde passamos a maior parte do tempo. Me impressionei tanto com o Mosteiro dos Jerónimos que não resisti à tentação de dedicar um post só pra ele, lotado de fotos!
A ideia de construir um mosteiro perto do rio Tejo foi do rei D. Manuel I, alguns anos antes do descobrimento do Brasil. No local já havia uma igreja dedicada à Santa Maria de Belém, que por estar tão perto do lugar de onde as embarcações partiam era a igreja oficial dos navegantes, onde os monges ouviam as suas confissões e prestavam esse apoio antes das viagens além-mar (imagina o medo que devia dar embarcar numa expedição dessas sem saber se voltaria pra casa!)… Em 1501 as construções começaram e o rei escolheu os monges da Ordem de São Jerónimo para ocupar o mosteiro.
De longe não dá pra ter noção de como o Mosteiro dos Jerónimos é imponente. Os detalhes das paredes esculpidos no calcário de lioz só são percebidos quando chegamos mais perto, e aí não tem como não abrir a boca de surpresa com o nível de ornamentação desse complexo. A chamada arquitetura manuelina que foi utilizada em tantos edifícios portugueses tem seu ápice no mosteiro, onde foram usados muitos elementos do período gótico e do renascimento, misturados com motivos marítimos, criaturas folclóricas, plantas, anjos, personagens históricos, símbolos militares nacionais, frutos e tudo a que se tem direito!
É um projeto tão grandioso e rico em detalhes que o rei precisou destinar boa parte da chamada “vintena da pimenta” (5% de tudo que fosse comercializado com a África e o Oriente) para a construção do mosteiro, que mesmo assim levou quase cem anos e passou pelas mãos de muitos mestres de obras para ficar pronto. Não é à toa que o Mosteiro dos Jerónimos é considerado a maior jóia da arquitetura manuelina!
A entrada no mosteiro custa 10 euros (ou 12 euros com o ingresso para a Torre de Belém) e começamos a visita pelo claustro, o local onde os monges moravam, rezavam e faziam seus estudos. Assim como os monges da antiga igrejinha, os monges do mosteiro tinham como função prestar assistência a todos os navegadores que visitavam o local antes de partir em suas expedições, além de rezar pela alma do rei.
É nesse espaço sereno ao redor de um jardim que se encontram os doze confessionários, salões, o refeitório, a antiga biblioteca e o acesso à igreja. Meu lugar preferido foi sem sombra de dúvida o exterior do claustro, perdi a conta de quantas voltas dei por aqueles corredores observando cada detalhe e admirando a arquitetura do mosteiro.
O mosteiro foi o lar dos monges da Ordem de São Jerónimo até 1833, e depois disso foi usado como escola, museu e orfanato. Mas além da arquitetura maravilhosa e dos séculos de história, o mosteiro também abriga outras surpresas como os túmulos de grandes nomes portugueses como Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Camões.
Com tanta beleza e uma história tão rica, não é de surpreender que o mosteiro tenha acumulado títulos ao longos dos anos. Em 1907 ele foi declarado Monumento Nacional Português, em 1983 entrou pra lista do Patrimônio Mundial da UNESCO e em 2007 foi eleito pela população uma das Sete Maravilhas de Portugal (a Torre de Belém também está na lista!)
Terminamos nossa visita passeando pelo segundo andar da igreja, de onde dá pra ter uma vista maravilhosa da nave que até hoje é aberta ao público e usada para missas. Inclusive é uma opção para quem não quiser pagar o ingresso do mosteiro, mas eu não recomendo de jeito nenhum visitar somente o interior da igreja – ir a Belém e não conhecer o resto do mosteiro seria como ir a Londres e não ver o Big Ben.
Mas voltando… Essa “varanda” no segundo andar é chamada de coro-alto e o espaço era destinado à outras atividades dos monges, como cânticos, orações e alguns serviços religiosos. Nas paredes estão pinturas, bancos incrivelmente detalhados com desenhos esculpidos na madeira, e também dá pra ver mais de perto os belíssimos vitrais da nave da igreja.
A Igreja de Santa Maria de Belém consegue ser tão ornamentada quanto o mosteiro, e as colunas de calcário branco totalmente esculpidas foram o que mais me chamaram a atenção. Junte a elas o teto abobadado todo trabalhado, levemente iluminado pela luz fraquinha que os vitrais deixam passar, o altar cheio de pinturas lá no fundo e o resultado é uma imagem de tirar o fôlego.
Todas viagens deixam boas lembranças e todas cidades tem algo de especial, mas o Mosteiro dos Jerónimos entrou pra aquele rol seleto de lugares em que eu voltaria mil vezes! Impossível enjoar desse visual né gente?! :-)
- Vai viajar? Reserve seu hotel no Booking.com usando o link ou banner do blog. Além de oferecer segurança, super promoções e a opção de cancelamento gratuito, você ainda me ajuda a manter o Sete Mil Km no ar sem pagar nada por isso. Muito obrigada! :-)
- Me siga nas redes sociais para acompanhar todas as viagens e dicas em tempo real: Instagram, YouTube, Snapchat, Facebook e Twitter. Também compartilho muita inspiração de viagens que fiz e quero fazer no Pinterest do blog!