Há algumas semanas, quando o verão ainda estava dando as caras aqui por Londres, Nic e eu aproveitamos o calor para passar um dia em Brighton. Eu já conhecia a cidade – fui para um evento do trabalho em maio e peguei um dia de sol tão lindo que até aproveitei pra ficar trabalhando na beira da praia – mas Brighton definitivamente é um desses lugares onde vale a pena voltar muitas vezes!






O que começou como uma vila de pescadores ao sul de Londres se transformou numa das cidades mais turísticas da Inglaterra, com um conjunto de atrações que vão desde uma antiga residência real até barraquinhas na beira da praia, um observatório da British Airways, dois píers e muitas lojas independentes. A cidade é muito colorida e criativa, e apesar de ser tão jovem quanto os bairros mais hipsters de Londres, as pessoas tem aquela tranquilidade de quem mora perto do mar, sabe?
Minha primeira dica pra quem estiver pensando em conhecer Brighton é: passe mais de um dia. Eu quero muito voltar e passar um final de semana lá, mas se não tiver como, é bom acordar cedo e se programar pra passar umas 1oh batendo perna na cidade. Tem bastante coisa pra ver em Brighton, e num dia de sol também é imprescindível separar um tempinho pra não fazer nada na beira da praia :-)

A PRAIA E O ROYAL PAVILION
Chegando em Brighton, a primeira coisa que recomendo fazer é seguir a multidão em direção à praia! Da estação de trem até a orla é praticamente uma linha reta, repleta de lojas e cafés, e em menos de 15 minutos colocamos os pés na areia nas pedras.
Depois de matar um pouco da saudade da praia, tirar fotos do mar e respirar o ar puro, a próxima parada é conhecer o Royal Pavilion. A antiga residência real é a principal atração turística de Brighton – sem contar a praia, claro ;) – e foi construída para George, Príncipe de Gales, que mais tarde viria a se tornar o rei George IV.



George sofria de gota, e como seu médico prescreveu estar perto do mar como uma terapia alternativa pros seus problemas de saúde, o príncipe escolheu a praia preferida dos ricos e famosos da época – Brighton. Ao longo das décadas a pequena casa que existia no local foi sendo reformada e expandida, até virar o palácio que podemos visitar hoje em dia.
O responsável por esse último projeto foi o arquiteto inglês John Nash, e o mais curioso é ver o estilo oriental em que o palácio foi construído. O Rei George IV era fascinado pela estética oriental, e mesmo sem os arquitetos e decoradores terem pisado na China ou Índia, o palácio é uma mistura surreal do oriente com o ocidente. Mas se o exterior do palácio já impressiona pela loucura que é ver um prédio assim numa cidade praiana da Inglaterra, foi visitando a parte de dentro que meu queixo caiu.
Infelizmente não é permitido tirar fotos lá dentro, mas imagine uma coisa meio Palácio de Buckingham misturado com Game of Thrones, estilo rococó e todos os clichês de arte oriental num só lugar. São dragões e cobras por toda parte, tapeçaria com motivos chineses (ou a interpretação européia dos desenhos chineses…), palmeiras e pássaros tropicais, e tudo tão extravagante e colorido que eu não sabia pra onde olhar primeiro.




Dá para visitar os aposentos do rei e da Rainha Victoria – que também passou um tempo no palácio -, as salas de baile e até a cozinha real, decorada com alguns dos ingredientes usados no dia a dia do palácio. Quando estiver na cozinha (que tem palmeiras como colunas, claro!) não deixe de procurar pelo cardápio de um dos jantares de gala oferecidos pelo rei em janeiro de 1817, com 36 pratos principais e 32 acompanhamentos (!)
E não dá pra falar do Royal Pavilion sem mencionar o Banqueting Room, o salão onde aconteciam os jantares luxuosos para a corte e os convidados do rei. Assim como no restante do palácio a decoração é de inspiração chinesa, mas nesse salão a principal atração é um lustre deslumbrante de uma tonelada, que está pendurado nas garras de um dragão de prata (!). Só ver esse salão já foi o suficiente pra fazer o passeio para Brighton valer a pena, é uma das coisas mais espetaculares que eu já vi na minha vida!

THE LANES
O palácio é pequeno e em duas horas dá pra ver tudo com calma, o que deixa muito tempo de sobra para visitar The Lanes sem pressa. O complexo de ruas e bequinhos tortuosos cheios de lojas de antiguidades, cafés hipster e boutiques era o coração da antiga vila de pescadores, e hoje é a parte mais colorida de Brighton.
Por lá sempre tem artistas de rua tocando, moradores e turistas fazendo compras, famílias passeando… Um desses lugares onde o melhor a se fazer é andar sem rumo e se surpreender pelo caminho, sabe? E depois que cansar, sentar num café bonito pra ver a vida passar com um docinho e um copo de iced coffee na mão :-)





ONDE COMER EM BRIGHTON
E falando em café… Opções não faltam em Brighton, mas recomendo o Marwood! Faz tempo que eu não ia num café com uma vibe tão boa – os atendentes legais, a decoração meio louca misturando um monte de objetos aleatórios, o DJ tocando no meio da tarde de sábado, os cafés deliciosos – tudo é impecável!
Para o almoço ou um jantar mais cedo eu recomendo o Lucky Beach, um café/restaurante que fica bem na beira da praia. Aliás, na orla tem vários restaurantes dentro dos arcos (também já comi no Bar de la Mer e estava uma delícia) e barraquinhas que ficam no calçadão mesmo. A cidade é o paraíso pra quem curte frutos do mar e quer comer mariscos fresquinhos.

Também é na orla que se encontram outras três atrações super fotografadas em Brighton: o pier destruído, as casinhas coloridas e o parque de diversões.
O West Pier, que teve seus dias de glória no começo do século XX quando chegou a abrigar até uma casa de espetáculos, estava abandonado há alguns anos quando foi completamente destruído por dois incêndios em 2003. As ruínas do píer continuam no mar e viraram um cartão postal inusitado, ainda mais pelo contraste com o outro píer em funcionamento.


NÃO DEIXE DE VISITAR O PÍER…
Nenhum dia em Brighton está completo sem uma passadinha no Brighton Pier! Além de oferecer a melhor vista da orla, o píer também é uma parada obrigatória em qualquer viagem a Brighton por causa do seu parque de diversões.
Como dá pra ver no vlog dessa vez ficamos só nos joguinhos de pescar bonecos de pelúcia, mas quero voltar pra experimentar os outros brinquedos, andar numa montanha-russa em cima da água (imagina como a vista deve ser incrível!) e claro, comer pipoca, algodão doce e sorvete ;)





…E AS CASINHAS COLORIDAS
Bem depois do British Airways i360, a torre de observação imensa que fica na beira da praia (preciso subir na próxima vez que estiver em Brighton!), continue andando até chegar em Hove, uma cidade tão perto de Brighton que são consideradas uma coisa só. É lá onde estão as casinhas coloridas, mais um cartão postal de Brighton e um clássico das praias inglesas.
Mas nem se anime porque as casinhas custam caro – mais precisamente alguns milhares de libras (algumas chegam a 20 mil!) e funcionam como depósitos pra guardar cadeiras de praia, toalhas, mesinhas etc. Algumas também são transformadas mini salas ou escritórios, e não vou mentir: queria uma pra mim!

COMO CHEGAR EM BRIGHTON
Um dos passeios bate e volta mais fáceis de fazer a partir de Londres, Brighton fica a pouco menos de uma hora de trem da estação London Victoria ou London Blackfriars. Uma passagem de ida e volta custa cerca de £25, mas comprando com antecedência e em certos horários dá pra conseguir passagens até por £12.
Não sei se é por causa do sol, o cheiro e o barulho do mar, ou o ritmo mais devagar que toda cidade praiana tem, mas a verdade é que eu me mudaria pra Brighton sem pensar duas vezes! Tanto que passei o vlog tentando convencer o boy a se mudar pra lá, mas trabalhando em Londres ficaria bem complicado/caro ir e vir de Brighton todo dia…
Mas tudo bem. Em alguma segunda qualquer, quando a saudade da praia bater de novo, vou pegar meu laptop, comprar uma passagem de trem e ir passar mais um dia em Brighton, de preferência trabalhando lá do primeiro andar do Lucky Beach sentindo o cheirinho do mar. Essa vida de home office tem seus pontos positivos, né gente? :-)
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